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PF é condenado por assassinato durante briga de trânsito, em Campinas

Valéria Hein

O Policial Federal, José Fernando Valente, foi condenado a 19 anos de prisão por Júri Popular nessa terça-feira, pelo assassinato de Thiago Rocha, durante uma briga de trânsito no Taquaral, em Campinas, em abril de 2014. A sentença foi determinada por volta de 21h pelo Juiz José Henrique Rodrigues Torres, após 11 horas de julgamento. A condenação foi por homicídio duplamente qualificado, com motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. O réu deve continuar cumprindo prisão domiciliar, iniciada em abril de 2016.

O policial, que não estava em serviço no momento do crime, usou um punhal para desferir os golpes que mataram Thiago, que tinha 39 anos na época e chegou a ficar três dias internado, mas não resistiu. Foram arroladas 8 testemunhas, entre acusação e defesa e um perito. Uma das testemunhas arroladas pela Defesa foi o médico psiquiatra do réu. Ele afirmou que Valente tinha um traço de personalidade passional e que não tomava o medicamento recomendado desde o ano anterior ao crime. Disse ainda que o agressor sofria de exaltação de prudência em estado de pânico.

Uma tese que foi rebatida por um perito, psiquiatra forense, que afirmou em depoimento que o transtorno psiquiátrico do réu não seria suficiente para alterar o estado de consciência sobre esse tipo de crime. O irmão da vítima, Henrique Rocha, chegou a chorar, durante depoimento, ao lembrar do rastro de sangue que encontrou ao chegar no local do crime. O réu foi ouvido e afirmou ter problemas psiquiátricos e não se lembrar de ter desferido as facadas que mataram a vítima. Também foram ouvidos dois guardas municipais e um garçom que estava no local do crime.

Em seguida, houve debates entre Ministério Público e o advogado que representa o réu. Após anunciada a sentença, o advogado do policial afirmou que vai recorrer da decisão, pois ainda cabe recurso. Ele informou que vai tentar diminuir a pena. Já, o advogado da família da vítima considerou uma vitória a condenação do agressor, mas com sensação de justiça prejudicada porque o réu vai continuar em prisão domiciliar.

O crime ocorreu após uma colisão entre os veículos do agressor e da vítima na Avenida Nossa Senhora de Fátima. Um subtenente aposentado da PM passava pelo local e presenciou o crime, dando voz de prisão ao réu que foi levado para a prisão da superintendência da PF em São Paulo, onde ele chegou a ficar preso por oito meses. Depois foi transferido para o sistema prisional estadual, e em seguida recebeu aval para a prisão domiciliar.

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