A Universidade Estadual de Campinas foi a que mais recebeu estudantes haitianos após o terremoto que abalou o país do Caribe em janeiro de 2010. Do total de 53 alunos, 45 chegaram à instituição pelo Programa Emergencial em Educação Superior Pró-Haiti. E muitos deles seguiram na universidade.
Desde 2011, são 21 graduações, nove mestrados e dois doutorados concluídos. Mas 14 graduações, quatro mestrados e cinco doutorados estão em andamento. Os números comprovam que a inclusão deu certo e fazem a pró-reitora de graduação, Eliana Amaral, colocar a Unicamp em um patamar internacional.
Como exemplo, cita a Cátedra Sérgio Vieira de Mello, que promove educação, pesquisa e extensão acadêmica voltada à população em condição de refúgio.
Mesmo considerando que a experiência com os estudantes haitianos serviu de modelo para outras iniciativas, a pró-reitora de graduação cita as dificuldades. Ela lembra que a situação inicial dos refugiados no período que sucedeu o terremoto de 2010 exigiu adequações e mobilizou vários setores da Unicamp.
Um dos obstáculos foi o desencontro de informações, já que muitos imigrantes do país caribenho buscavam bolsas diferentes daquelas que haviam recebido. Além desse problema, eles também desconheciam que estavam no Brasil para um prazo intermediário dos estudos e não para a conclusão dos cursos.
Outro empecilho foi o valor da bolsa recebida por eles, que era insuficiente para o cotidiano. Moradias acessíveis também foram providenciadas na região.
O projeto incluía ainda um curso de português e era comandado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes. A fundação é vinculada ao Ministério da Educação e atualmente possui acordos bilaterais para desenvolver atividades e pesquisas propostas por brasileiros.
