Para o promotor do Gaeco do Ministério Público, Daniel Zulian, pelo menos parte da quantia apreendida de R$ 1,2 milhão na primeira fase da Operação Ouro Verde, em novembro, foi recebida no esquema de corrupção da Vitale.
O dinheiro foi encontrado na casa do ex-diretor de Prestação de Contas da Pasta de Saúde de Campinas, Anésio Corat Júnior, preso no dia 22 de março durante a segunda fase. A defesa, porém, alega que o valor é de um parente do servidor.
Enquanto a discussão segue na Justiça, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado afirma não ter dúvidas de que Anésio e o ex-funcionário comissionado do Setor de Contas, Ramon Luciano da Silva, recebiam propina.
Segundo a investigação, eles eram responsáveis por aprovar a prestação de contas da Organização Social Vitale e recebiam mensalmente R$ 20 mil. Pelo acordo, seriam pagos R$ 1,2 milhão durante os cinco anos de contrato.
Ainda de acordo com o promotor Daniel Zulian, apesar da quantia em espécie ter sido apreendida na casa de Anésio no ano passado, o servidor só foi preso este ano para garantir a apuração de novos elementos sobre o esquema.
No entendimento dele, o contrato entre a Vitale e a Prefeitura para a gestão do Hospital Ouro Verde estava corrompido desde o princípio. Por isso, afirma que novas ações devem ser feitas para identificar o envolvimento de outras pessoas.
Na primeira audiência sobre o caso, no final de fevereiro, testemunhas de acusação confirmaram que um pagamento mensal de R$ 250 mil era feito pela Prefeitura a OS. O valor era detalhado como “custo compartilhado” no sistema.
Conforme os relatos, como o valor na planilha de contas da Secretaria de Saúde não tinha comprovações sobre onde seria aplicado, o parecer era alterado manualmente de “irregular” para “regular” para garantir o desvio de verbas.
