Foi somente a partir de 1988 com uma série de 7 discos, todos com o nome “ Aquarela Brasileira ”, que Emílio Santiago atingiu o sucesso comercial com vendas expressivas. As gravações tem arranjos sofisticados e trazem dezenas de músicas do passado. Todas valorizadas por uma voz que sempre será referencia em qualidade e clareza. Até as canções inéditas, que são poucas, passaram a ser obrigatórias e o acompanharam até o final da vida. Mas antes dessa fase Emílio Santiago teve um período muito mais dançante.
De 1975, ano do primeiro LP, até 84, a carreira fonográfica dele tem 11 discos. Em muitas músicas a parte rítmica é o destaque. Para quem nasceu e foi criado no Rio de Janeiro, a escolha parecia natural. Além disso, Emílio participou como cantor na orquestra de Ed Lincoln, músico que era considerado o Rei do Bailes. Toda essa bagagem acabou influenciando no repertório.
Vale ressaltar alguns músicos que participaram desses primeiros trabalhos de Emílio Santiago e que ajudaram a moldar essa sonoridade. A dupla de produtores e arranjadores Robson Jorge e Lincoln Olivetti, o pianista João Donato , o baterista Wilson das Neves, os percussionistas Orlandivo e Peninha , o baixista Novelli, o guitarrista e arranjador Durval Ferreira, além do grupo Azymuth e membros da banda Black Rio. Antes do projeto “ Aquarela Brasileira ” Emílio Santiago era muito bem conceituado no meio artístico e fazia muitos shows.
Como isso não se refletia proporcionalmente na venda de discos, ele continuava participando de festivais promovidos principalmente por emissoras de TV . Vem de uma dessas edições um sucesso dessa fase mais dançante e vencedora de um concurso. Festivais e concursos, por sinal, foram responsáveis pala carreira de Emílio Santiago. Em 1970, quando ainda era estudante de direito, alguns colegas de classe o inscreveram, sem que ele soubesse, no concurso de música da faculdade. Ele venceu na categoria “ Melhor Intérprete ” e esse foi o primeiro passo para considerar mais seriamente a profissão de cantor. Mas foi num programa de calouros apresentado por Flávio Cavalcanti na extinta TV Tupi que surgiu a grande chance. Embora não tenha vencido, ele chamou atenção do produtor Durval Ferreira, que foi quem o convidou a gravar o primeiro disco.
Não é a toa que alguns dos primeiros discos de Emílio Santiago são valorizados por DJ’s . Eles tem o swing que dificilmente deixa uma pessoa parada num baile. Isso sem falar na voz, considerada por muitos, como uma das mais bonitas na história da nossa música.
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Produção
Walmir Bortoletto
Edição
Paulo Girardi