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Mães deixam tudo para trás pela cura dos filhos no Boldrini

Maria Julia, de 8 anos, tem um plano para o primeiro Dia das Mães após cerca de dois anos e meio entre inúmeras sessões de quimioterapia. Não que nesse período ela tenha sido menos feliz e otimista. Pelo contrário. É que desta vez os sorrisos frequentes são reforçados pela sensação de vitória.

Maju está curada da leucemia, doença que foi encarada de maneira imediata por ela e a mãe, Diana Correia, desde o diagnóstico em setembro de 2015. A mulher, que deixou para trás o trabalho, os amigos, dois filhos e o marido em Manaus, no Amazonas, fala do passado sem qualquer sinal de arrependimento.

Em Campinas, o Centro Infantil Boldrini é uma casa para elas. Nos primeiros seis meses, literalmente, já que moraram na Casa de Apoio da instituição. Depois, conforme o tratamento avançava, o pai, a madrinha e o irmão de 13 anos da menina também chegaram. Atualmente, todos moram na cidade.

Mas como o mais velho, de 17, segue distante, a saudade é constante, já que o adolescente só pode fazer viagens curtas devido ao período de estudos. Ainda assim, e mesmo após as dificuldades durante a batalha contra o câncer, Diana esquece a própria força e fala com orgulho sobre a firmeza dos filhos.

A situação de Diana é a mesma de diversas mulheres. Mães de crianças com câncer, elas são as primeiras da família a abandonar tudo em busca da cura. Muitas vezes distantes de casa, em estados e regiões diferentes, elas precisam sacrificar carreiras e sonhos para ter o tratamento especializado do Boldrini.

A psicóloga do hospital, Elisa Maria Perina, explica que o atendimento precisa ser amplo para entender e acolher todas as dinâmicas surgidas nessa crise. Além de oferecer suporte às crianças e de escutar preocupações das mães, a instituição é um ponto de encontro entre quem passa pelas mesmas dores.

No grupo das mães com os filhos curados, Diana responde rápido quando perguntada sobre a principal lição que tira de tudo isso e faz uma reflexão. Como o tratamento da filha exige apenas consultas mensais de agora em diante, ela prefere encarar o futuro e a definição de “casa” de uma maneira diferente.

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