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Legado da Copa de 2014 esquecido ou atrasado em Campinas

Desde que o Brasil foi escolhido como país sede da Copa do Mundo de 2014, diversos projetos de infraestrutura foram apontados como prováveis legados que competição traria ao país. E Campinas não ficaria de fora das promessas. Subsede da Copa, a cidade abrigou as seleções da Nigéria e de Portugal. Foram diversos projetos estabelecidos como prioridade para o desenvolvimento de toda região, mas até agora, as vésperas de uma nova Copa do Mundo, a expectativa ainda está longe da realidade.

A obra mais emblemática foi a ampliação do aeroporto de Viracopos. O leilão foi feito em 2012, com a concessão do terminal ficando com o consórcio Aeroportos Brasil, que ofereceu R$ 3,821 bilhões, um ágio de 159,75%. A promessa era do projeto do novo terminal ser entregue antes da Copa de 2014. O espaço foi aberto durante a Copa apenas para as seleções e somente foi inaugurado em 2016. Agora a concessionária, que já foi ao governo para devolver a concessão, entrou em recuperação judicial. Para a especialista em direito aeronáutico, Glenda Romano, o problema administrativo e financeiro de Viracopos é que colocou o terminal nesta situação. Ela acredita que o aeroporto ainda pode alcançar a grandeza planejada, já que a ampliação foi bem feita e ainda há espaço para mais melhorias.

Outro projeto que chamou a atenção dos campineiros nos anos que antecederam a Copa do Mundo de 2014 foi a implantação de um trem de alta velocidade que ligaria o município a São Paulo e Rio de Janeiro. Popularmente chamado de Trem Bala, a locomotiva se deslocaria numa velocidade superior a 300 km/h. O projeto previa um gasto de R$ 30 a 50 bilhões, mas nunca saiu do papel, apesar de recursos terem sido gastos para os projetos e estudos de viabilidade. Para o economista Fabiano Bellati, o erro foi o governo planejar a implantação do modal para atender uma demanda pontual e não desenvolver uma política pública para estabelecer um sistema de transporte sobre trilhos para todo o país.

O transporte público de Campinas também foi muito discutido na época que antecedeu o último mundial de seleções. Várias obras foram pensadas, como a implantação do Veículo Leve sobre Pneus, com corredores de ônibus mais longos. A promessa era para estar em funcionamento em 2014, e assim integrar as obras da Copa do Mundo, com recursos do Governo Federal. Foram necessários alguns anos para a definição pelo modelo do BRT e para as aprovações do projeto. Finalmente as obras começaram em 2017, com previsão de conclusão em três anos. O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, disse que em nenhum momento as obras do BRT foram pensadas dentro do planejamento previsto para a Copa de 2014.

O fato é que muitas promessas foram feitas há quatro anos e pouco se cumpriu até aqui. No mês que vem, começa a Copa do Mundo da Rússia, sem que o legado prometido para Campinas esteja à disposição da população. Agora fica a dúvida se as promessas feitas para o mundial de 2014 serão cumpridas até 2022, quando acontecerá uma nova edição da Copa, que será disputada no Catar.

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