A redução de R$ 0,46 no preço do diesel ainda não foi percebida na maioria dos postos de Campinas. Os valores estão mais baixos, mas os caminhoneiros não notaram a aplicação efetiva do desconto proposto após a greve da categoria.
Na comparação feita em dois estabelecimentos do município, nas avenidas Governador Pedro de Toledo e Padre Gaspar Bertoni, por exemplo, a diminuição foi de R$ 0,32 em relação aos preços fixados entre 20 e 26 de maio. Nos dois locais, de R$ 3,68 em média, o combustível passou a custar R$ 3,36. Já em outros dois postos, no centro e no Bonfim, a variação foi de R$ 3,39 a R$ 3,43, respectivamente, e também não alcançou a diminuição prevista.
A afirmação é dos próprios trabalhadores. Um posto na Rua Mário Junqueira da Silva, no Jardim Eulina, teve fila de caminhões. O estabelecimento fica às margens da Rodovia Anhanguera e anunciava em faixas o valor de R$ 3,09. Por isso chamou a atenção dos motoristas. Carlos Gomes pondera que encontrou poucos lugares com preços atrativos. Já Benedito Aparecido iria para o Tocantins. Além de comparar, fez também a projeção sobre outras cidades.
O advogado especialista em Direito do Consumidor e professor da PUC-Campinas, Marcelo Altieri, orienta que os consumidores exijam a nota fiscal para provar a falta de aplicação do desconto, ou a prática de preços abusivos. Procurado, o Procon de Campinas informou que não vai fazer nenhuma pesquisa sobre o preço praticado sobre o diesel em toda a cidade. Conforme a posição via assessoria de imprensa do órgão, apenas denúncias serão recebidas.
De acordo com a Plural, que representa as maiores distribuidoras de combustíveis, entre as 27 unidades da federação, incluindo o Distrito Federal, apenas São Paulo e Espírito Santo tiveram o desconto total em alguns postos. Segundo a entidade, a partir dos subsídios concedidos, a diminuição na prática é de R$ 0,41. Mas para se chegar ao total anunciado depende de cada estado reduzir o cálculo do ICMS sobre o produto, cujo valor é publicado a cada 15 dias.
