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Piquenique inclusivo reúne famílias na Pedreira do Chapadão, em Campinas

Famílias de crianças deficientes ocupam espaço público durante piquenique inclusivo, em Campinas. (Foto: Stephanie Haidar)

Dezenas de famílias estiveram, neste domingo, na Pedreira do Chapadão, para participar de um piquenique com uma proposta diferenciada: a inclusão de crianças com deficiência.

A inclusão social é a maior barreira para que crianças com deficiência vivam de forma plena em sociedade, segundo especialistas. Mas o conceito de inclusão social vai muito além de aceitar estas crianças em espaços comuns.

Para ser considerada incluída, uma pessoa tem que fazer parte dos grupos nos quais ela convive. É preciso, então, que a sociedade esteja preparada para lidar com diferenças de mobilidade, interação, comunicação e também pensamento. É preciso, além de direitos, empatia.

Uma pesquisa do IBGE feita em 2010 aponta que 23% da população geral tem deficiência e que pelo menos 7,5% das crianças brasileiras tem diagnóstico de deficiência.

Organizado pela jornalista e escritora Andréa Werner, o Pupanique, como é chamado piquenique inclusivo, surgiu com o objetivo de proporcionar a integração de crianças com e sem deficiência.

Apresentação de dança inclusiva foi parte do Pupanique. (Foto: Stephanie Haidar)

 

Andréa é mãe do Theo, um garoto de 9 anos, inteligente, carinhoso e que também é autista. No blog, o Lagarta Vira Pupa, ela compartilha as experiências da família desde o diagnóstico do filho. O espaço virtual tornou-se uma ferramenta de acolhimento e empoderamento às mães, principalmente àquelas que tem filhos com deficiências.

A auxiliar administrativa Maria Luíza Oliveira tem duas filhas: uma delas com baixa visão e autismo. Ela levou as meninas ao evento na Pedreira do Chapadão e conta que procura inseri-las em variados ambientes.

O projeto que convida mães e pais de crianças com deficiência a ocuparem espaços públicos já aconteceu em São Paulo e Belo Horizonte. Em Campinas, esta foi a primeira vez.

Maria Luíza sente falta de eventos como este e questiona que, por vezes, atividades assim sejam feitas por interesse político.

Evento inclusivo também contribui para o desenvolvimento das “crianças típicas”, como são chamadas as crianças que não tem deficiência. (Foto: Stephanie Haidar)

A professora de educação especial da Prefeitura de Campinas, Lucia Helena Benedito, afirma que as crianças de hoje são as sementes para uma sociedade inclusiva no futuro.

Segundo a terapeuta ocupacional Fátima Brasileiro, a inclusão social é de extrema importância para o desenvolvimento da criança que tem deficiência.

Atividades como contação de histórias entreteram as crianças durante o evento, na Pedreira do Chapadão. (Foto: Stephanie Haidar)

A Pedreira do Chapadão foi escolhida para sediar o evento em Campinas justamente por ter brinquedos adaptados para crianças que utilizam cadeira de rodas.

Durante o piquenique foram realizadas apresentações de dança inclusiva, brincadeiras, contação de histórias, fantoches, e diversas outras atividades que passavam o mesmo e importante recado: lugar de deficiente é em todo lugar.

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