O secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Silvio Bernardin, foi ouvido na 4ª Vara Criminal da cidade na segunda audiência sobre o Caso Ouro Verde. Ele foi arrolado pela defesa de Fernando Vitor Torres, apontado como lobista do esquema que teria desviado pelo menos R$ 4,5 milhões de verbas da saúde.
Em depoimento, Bernardin negou ter conhecido Torres antes da realização do certame que definiu a Vitale como gestora do Hospital Municipal Ouro Verde. A OS assumiu a administração da unidade em maio de 2016. Nesse período, o secretário alegou que era responsável pela Pasta de Administração.
Ele deixou a sala sem falar com a imprensa. Ao fim da audiência, o promotor do Gaeco do MP, Daniel Zulian, lembrou que Bernardin também é investigado. Apesar de estar no local como testemunha, também figura na apuração que ainda é feita e chegou a ter o telefone grampeado durante os trabalhos.
Outras cinco pessoas arroladas pela defesa de Fernando Vitor depuseram. Na opinião de Zulian, os relatos não isentam os acusados pelo MP. Para o promotor, existem indícios de envolvimento ou de omissão de agentes públicos do alto escalão da Prefeitura desde o processo de escolha da Vitale. Durante a votação para a definição, por exemplo, uma testemunha relatou que a OS foi habilitada por apenas um voto de diferença.
Esta foi a segunda audiência do processo. A primeira aconteceu em fevereiro, quando o juiz Caio Ventosa Chaves ouviu três testemunhas de acusação. Ao todo, dez pessoas são acusadas de envolvimento no esquema, incluindo o ex-diretor do Departamento de Contas da Pasta de Saúde, Anésio Corat Junior.
Três réus deixaram a cadeia para cumprir prisão domiciliar, após homologações de delações premiadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Entre os que fizeram proposta de acordo estão Daniel Câmara, Paulo Câmara e Ronaldo Pasquarelli. Os demais réus do caso seguem presos preventivamente.
A defesa de Fernando Vitor Torres não falou com a imprensa. De acordo com o MP, a próxima audiência está marcada para acontecer no dia 7 de agosto.
Procurado, o secretário de Assuntos Jurídicos, Silvio Bernardin, informou por meio de nota que “aguarda as investigações e está à disposição da Justiça”. Sobre a audiência, diz que “foi arrolado como testemunha e compareceu conforme intimação judicial”, já que “o não atendimento não é possível”.