O atual período de estiagem, comparável aos anos que antecederam a crise hídrica no estado de São Paulo, fez com que as indústrias da região ligassem o sinal de alerta. Isso porque uma nova crise hídrica afetaria diretamente a principal matriz energética do estado, impactando diretamente na produção. O volume do Sistema Cantareira, que abastece mais de 7 milhões de pessoas, opera hoje com apenas 41,5% de sua capacidade de armazenamento, chegando a um nível menor que o registrado antes da crise hídrica de 2014 e 2015. Segundo a Sabesp, em 2013, quando surgiram os primeiros alertas de problemas com o abastecimento de água, o volume do Cantareira era de 61,5% de sua capacidade de armazenamento.
O prognóstico para a indústria regional fica ainda pior, já que a indefinição sobre as eleições de outubro provoca a chamada crise de confiança no empresariado, o que limita os investimentos e interrompe o crescimento. O ano, que começou bem para a indústria regional, começa a dar sinais de que não será tão positivo até dezembro. Somente nos últimos dois meses, a indústria regional fechou 1,7 mil postos de trabalho, sendo que 1.450 deles foram registrados somente em junho. O diretor do Ciesp Regional, José Henrique Toledo de Correia, afirma que há uma preocupação muito grande em relação à crise hídrica, que pode agravar um quadro que já não é muito favorável.
Para o economista da Facamp, Rodrigo Sabatini, a estiagem e as eleições, aliadas à greve dos caminhoneiros, criaram um cenário muito ruim para 2018, que teve um início promissor. Ele acredita que esses fatores freiam os investimentos. Nos quatro primeiros meses deste ano, a indústria regional havia criado 2.850 postos de trabalho. Com as demissões registradas em maio e junho, o saldo atual de 2018 ainda é positivo, com a contratação de 1.150 trabalhadores.
