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Atual presidente da Vitale diz que OS surgiu para obter lucro

Em depoimento na Assembleia Legislativa do Estado durante mais uma reunião da CPI das Organizações Sociais da Saúde, o atual presidente da Vitale, Maurício Rodrigues, detalhou que a criação da OS foi motivada pelo lucro.

De acordo com ele, a OS surgiu a partir da Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de Bariri, que passava por dificuldades financeiras e buscava meios de evitar que a unidade de saúde da cidade de 35 mil habitantes fosse fechada.

Conforme o relato, a ideia de montar a organização foi apresentada em 2015 por Paulo Câmara e Ronaldo Foloni, que foram presos na operação do Ministério Público. Câmara cumpre prisão domiciliar após acordo de delação premiada.

Questionado pelo deputado estadual e presidente da comissão, Edmir Chedid, do DEM, se sabia que as OSs não podem computar lucro, ou transferir recursos de um contrato para outro, Rodrigues negou ter essa informação na época.

Maurício Rodrigues assumiu a Vitale no fim de 2017 no lugar de Aparecida de Fátima Bertoncello, que continua presa acusada de envolvimento no suposto esquema de desvios de R$ 4,5 milhões do Hospital Ouro Verde, em Campinas.

Mas além do presidente, o atual diretor-geral da OS, Diogo Alves Fernandes, também falou à CPI. Segundo ele, Paulo Câmara cuidou da documentação e acompanhou o processo de chamamento público da unidade de Campinas.

Após vencer a licitação, disse que teve acesso ao contrato e que a Vitale assumiu o Ouro Verde com um déficit de R$ 3 milhões por mês no valor estabelecido, fixado em R$ 10,9 milhões, e que fez isso com o intuito de buscar aditivos.

Ele também alega que diferença nos valores se deu pela folha salarial, que girava em torno de R$ 8 milhões até a suspensão do contrato em novembro de 2017, e que a situação financeira causou todos os problemas no cotidiano do hospital.

O presidente e o diretor também foram questionados sobre Fernando Vitor Torres, apontado como lobista do esquema, e disseram desconhecer qualquer negociação de propinas feita por ele. Torres deve ser o próximo a depor na CPI.

Depois da divulgação do escândalo envolvendo desvios, a OS voltou a se apresentar como Irmandade de Misericórdia de Bariri e segue responsável por contratos em São João da Boa Vista e Várzea Paulista, no interior do estado.

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