A sessão desta quarta-feira na Câmara de Campinas, a primeira após os depoimentos dos réus da operação Ouro Verde, foi marcada por discussões sobre uma possível convocação do secretário de assuntos jurídicos, Sílvio Bernardin, citado nos acordos de delações. O vereador Marcelo Silva, do PSD, apresentou um requerimento para a convocação do secretário, para que ele pudesse explicar sua participação no caso. Os réus disseram que Bernardin teria participado de reuniões com a diretoria da OS Vitale, acusada de desvio de dinheiro do hospital Ouro Verde, e ainda teria feito exigências para a contratação de um médico com salário acima do valor de mercado, além da troca dos serviços de lavanderia e do laboratório de análise dos exames.
Porém, os vereadores que compõem a base de apoio do governo Jonas Donizette barraram o pedido, causando a revolta da oposição, que acusou os parlamentares da situação de protecionismo. O vereador Pedro Tourinho, do PT, disse que a rejeição do requerimento é o menor dos problemas, já que seria obrigação dos parlamentares exigirem o afastamento do secretário Sílvio Bernardin de suas funções, até que ele apresente sua defesa. Segundo ele, esse é apenas mais um capítulo do processo de protecionismo com que a base trataria o governo Jonas Donizette, ao não aprovar a instauração de uma CPI da saúde.
O líder da base na câmara, o vereador Marcos Bernardelli, do PSDB, garantiu que tanto Sílvio Bernardin, quanto o secretário de saúde, Cármino de Sousa, estarão na câmara no próximo dia 24, às 10 horas, prestando todos os esclarecimentos necessários aos vereadores. Ele defendeu a postura do prefeito Jonas Donizette em manter Bernardin em suas funções, já que as acusações não são muito claras. Para Bernardelli, não há protecionismo na Câmara de Campinas. Até o momento, o secretário de assuntos jurídicos de Campinas, Sílvio Bernardin, não se pronunciou sobre os depoimentos dos réus.