Nas prateleiras de uma loja, os discos normalmente estão separados pelo gênero musical. Mas e quando ele é tão variado que não se encaixa em rótulos?. Essa dúvida com certeza muitos vendedores tiveram ao receber o LP Duck Rock, o primeiro da carreira de um até então empresário de artistas. O inglês Malcolm McLaren ficou conhecido no mundo da música na década de 70 ao ser o homem por trás do grupo punk Sex Pistols. Antes disso ele já havia sido empresário nos Estados Unidos e até dono de loja de roupas, mas foi em 1983 que ele lançou Duck Rock, um disco que foge de qualquer padrão. Malcolm McLaren que morreu em 2010 pode ser classificado como um homem de ideias, afinal, ele não tocou nenhum instrumento, músicos convidados fizeram todo o trabalho.
Embora o nome dele esteja na autoria das músicas, algumas pertencem ao folclore de países Africanos e da América Central. A voz dele, que também não é cantor profissional, está longe de ser das melhores, mas nas faixas em que ela aparece, a gravação ganhou um ar divertido.
Para a produção de Duck Rock, Malcolm McLaren chamou um conterrâneo, o também inglês Trevor Horn, que é indicado como parceiro de McLaren nas composições. Se ele foi muito influenciado pelo disco não é possível saber, porém, a carreira de produtor que havia começado há poucos anos seria marcada pela diversidade, mas com certeza nada tão inusitado dentro do mesmo projeto.
No começo dos anos 80 Malcolm McLaren estava em Nova Iorque quando conheceu Afrika Bambaataa, um agitador cultural que começava a gravar os primeiros raps e a definir regras para o que seria mais tarde conhecido como cultura hip hop. Através dele McLaren teve contato com uma dupla de d.j.’s que fazia programa numa rádio divulgando esse novo estilo. Desse encontro saiu um verdadeiro clássico para dançarinos de break.
O disco traz um encarte que explica a origem de cada música e dá uma verdadeira aula de história. Agora se você não se interessou pelo som, ainda é possível se divertir com a capa, pois ela é colorida e tem um rádio todo enfeitado para chamar a atenção.
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produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi