O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, do PSB, vê contradição nos depoimentos de quatro dos seis réus suspeitos de desvio de dinheiro público do Hospital Ouro Verde. Em uma audiência no último dia 7, os envolvidos relataram reuniões nas quais o secretário de Assuntos Jurídicos da Prefeitura, Sílvio Bernardin, teria feito exigências ao grupo.
Ronaldo Pasquarelli, Paulo Câmara e Daniel Câmara, apontados como donos da Organização Social Vitale, e também o diretor Ronaldo Foloni, citaram o nome do secretário. Para Jonas, as citações não tornam Bernardin culpado, pois considera que todos os investigados estão presos ou já foram afastados dos cargos nos quais praticavam irregularidades.
Segundo os réus, o secretário teria exigido a contratação do médico Gustavo de Godoy como coordenador de imagem do hospital com um salário acima da média do mercado. Além disso, alegam que Bernardin também exigiu a troca do laboratório responsável pelos exames no Ouro Verde. A mulher dele trabalharia na empresa que assumiu o serviço.
Ciente das citações, o prefeito de Campinas negou ter a intenção de afastar o secretário de Assuntos Jurídicos e de fazer qualquer mudança no primeiro escalão do secretariado. De acordo com Jonas, o Executivo Municipal apoia a investigação feita pelo Gaeco do Ministério Público, mas não vê motivos para tomar qualquer medida neste momento.
Ronaldo Pasquarelli, Paulo Câmara e Daniel Câmara fizeram acordo de delação premiada e respondem em liberdade ao processo sobre o desvio de pelo menos R$ 4,5 milhões da saúde. Os demais réus estão presos.
