Uma pesquisa liderada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas e com participação de outros institutos da Universidade Estadual de Campinas resultou na criação do protótipo de uma vacina contra o zika e a meningite.
A descoberta, de acordo com o professor Marcelo Lancelotti, abre caminho não só para o combate ao zika vírus, como também para a prevenção à dengue e ainda ao aperfeiçoamento de doses já existentes, como a da febre amarela.
As semelhanças entre o meningococo, causador da meningite, e o zika vírus, fizeram com que o docente da Unicamp desse início ao trabalho. Com isso, foi feita a junção das estruturas químicas através da agitação por energia cinética.
As estruturas fundidas aumentaram de tamanho. Depois, aplicadas em camundongos, foi constatado que as respostas imunológicas não somente eram altas contra os dois patógenos, como não causavam comprometimento.
O estudo, que rendeu uma publicação na revista Scientific Reports, teve resultados considerados “altamente positivos” após testes realizados in vitro e ainda em modelo animal e deu origem a um pedido de registro de patente.
O processo foi iniciado em dezembro de 2016 e os pesquisadores têm agora pela frente a fase de testes em pacientes e o aumento da produção para as escalas piloto e industrial. Essas etapas devem demorar, no mínimo, cinco anos.
A pesquisa foi conduzida pela então estudante de graduação Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Paula Martins, sob a orientação do professor Marcelo Lancellotti, e com a colaboração dos institutos de Biologia e Química.
O esforço conjunto e multidisciplinar, segundo Lancelotti, é essencial porque descobertas assim envolvem problemas de diversas ordens. Para ele, uma área do conhecimento não seria capaz de encontrar respostas para todas as dúvidas.
