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Réus do caso Ouro Verde relatam exigências do secretário de assuntos jurídicos, Sílvio Bernardin

Quatro dos seis réus suspeitos de desvio de dinheiro público do Hospital Ouro Verde, em Campinas, prestaram depoimento nesta terça-feira e relataram reuniões com o secretário de assuntos jurídicos da prefeitura, Sílvio Bernardin, que teria feito exigências ao grupo. Ronaldo Pasquarelli, Paulo Câmara e Daniel Câmara, apontados como donos da Organização Social Vitale e também o diretor Ronaldo Foloni, citaram o secretário do governo Jonas Donizette nos interrogatórios.

Eles disseram que Bernardin teria exigido a contratação do médico Gustavo Khattar de Godoy para o cargo de coordenador de imagem do Hospital Ouro Verde, com um salário acima da média do mercado. O secretário teria pedido que fosse pago ao médico, que é filho do Diretor-Presidente da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), Silvino de Godoy, um salário de R$ 60 mil. O diretor da Vitale, Ronaldo Foloni disse que houve uma negociação e Gustavo foi contratado com vencimento na casa dos R$ 40 mil, sendo que a média do mercado para a função gira em torno dos R$ 25 mil.

Já Daniel Câmara disse em depoimento que o secretário Silvio Bernardin teria pedido a troca do serviço de lavanderia por uma empresa que iria operar cobrando um valor quase quatro vezes maior ao que já era pago. Mas, segundo ele, o pedido não foi atendido. Os réus afirmaram ainda que o secretário de assuntos jurídicos de Campinas exigiu a troca do laboratório responsável pelos exames do hospital Ouro Verde. A mulher de Bernardin trabalharia na empresa que passou a executar o serviço. O promotor do Gaeco, Daniel Zulian, disse que não pode comentar o teor dos depoimentos prestados pelos réus, mas ao ser questionado sobre a possibilidade da investigação chegar ao secretário Sílvio Bernardin e a outros agentes públicos, ele afirmou que os trabalhos ainda estão na fase inicial.

Também prestou depoimento a presidente da Organização Social Vitale, Aparecida de Fátima Bertoncello. Já o diretor Fernando Vítor permaneceu em silêncio porque não teve acesso às colaborações dos demais réus. Ronaldo Pasquarelli, Paulo Câmara e Daniel Câmara fizeram acordo de delação premiada e respondem ao processo em liberdade. Os demais réus estão presos.

Em nota, a prefeitura de Campinas informou que tomou medidas enérgicas assim que o Ministério Público apontou indícios de desvio de dinheiro público do Hospital Ouro Verde pela OS Vitale. O contrato com a organização foi rompido e os servidores acusados de envolvimento foram sumariamente demitidos e afastados de seus cargos. A nota reforçou ainda que a administração municipal é a maior interessada na elucidação de todas as questões. Porém, o comunicado da prefeitura de Campinas não citou as declarações em depoimento dos réus sobre as reuniões e exigências que teriam sido feitas pelo secretário de assuntos jurídicos, Sílvio Bernardin.

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