Um grupo de vereadores de Campinas informou que vai percorrer e fiscalizar as unidades de saúde do município, atendendo a um pedido da população, que reclama da falta de atendimento e de medicamentos na rede pública municipal. Formado por parlamentares da base de apoio ao governo Jonas Donizette, o grupo afirma que fará um diagnóstico das deficiências na rede em número de profissionais, remédios e equipamentos. Apesar de entender os problemas na área, que tomaram proporções ainda maiores com o escândalo de desvio de dinheiro do hospital Ouro Verde, os vereadores da base não devem assinar o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A afirmação é do vereador Zé Carlos, do PSB, que integra o grupo e é vice-líder de governo na Câmara Municipal.
A criação do grupo de fiscalização surge depois de uma semana de revelações na operação Ouro Verde, onde o nome do secretário de assuntos jurídicos, Sílvio Bernardin, foi citado pelos réus em depoimentos. Um dos braços direitos do prefeito Jonas Donizette, Bernardin teria exigido favores aos donos da Vitale, Organização Social que administrava o hospital Ouro Verde e que é suspeita de ter desviado R$ 4,5 milhões da unidade de saúde. Desde a citação do secretário pelos réus do processo, a oposição novamente tentou abrir a CPI, mas o pedido foi barrado pelos vereadores que apoiam o governo municipal.
O fato lembra quando a operação do Gaeco se tornou pública no ano passado. Na ocasião, vereadores independentes e de oposição tentaram instaurar uma CPI, mas não contaram com o apoio da base, que criou uma comissão de representação que foi a prefeitura, ao Ministério Público e ao Hospital Ouro Verde em busca de informações sobre o caso. Mas até hoje, nada foi apresentado por esse grupo de trabalho. O vereador e vice-líder de governo na Câmara de Campinas, Zé Carlos, disse que não vai assinar um pedido de CPI, porque o Ministério Público já investiga o caso do Ouro Verde. O grupo de vereadores que vai fiscalizar as unidades de saúde de Campinas não informou qual será o cronograma do trabalho, para não alertar os locais que serão visitados.
