Se hoje a música não tem regras, nem fronteiras, é porque muitos artistas, ao longo dos tempos, vem quebrando barreiras. A década de 70 estava começando quando Benito di Paula resolveu dar um toque de classe ao samba, adicionando o piano a um gênero que parecia certo que não sairia muito do cavaquinho e percussão. Nascia então o termo “samba jóia”. Nascido em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro, Uday Velloso passou quase toda a década de 60 trabalhando como crooner em boates da capital fluminense. Ao se mudar para Santos, teve a chance não só de cantar, mas também de tocar nas casas noturnas onde se apresentava. O reconhecimento veio através de um contrato com a gravadora Copacabana.
Nos dois primeiros discos Benito di Paula gravou muitas músicas de outros artistas. Foi só a partir do terceiro, lançado em 74, que as composições próprias tiveram destaque, e “retalhos de cetim” foi o grande sucesso. Para dimensionar a popularidade de Benito di Paula nos anos 70, bastaria dizer que ele disputava em vendagem com Roberto Carlos. Mas isso não era tudo, pois ele teve um programa de tv, fazia turnês em diversos países, tinha venda acima da média na Argentina, e chegou a ficar um ano lotando uma casa noturna carioca, em shows de quinta a domingo, com uma orquestra de quarenta e duas pessoas.
Apesar do visual que em nada lembra o de um sambista tradicional, as músicas do homem branco de cabelos compridos, com bigode e cavanhaque são cantadas por qualquer pessoa que já participou de uma roda de samba. Benito di Paula não viveu apenas do sucesso que fez na década de 70. Passou pelos anos 80 lançando vários LP’s e deixando sua marca. As vezes, com músicas diferentes do que foi chamado de “samba jóia”.
Diversas coletâneas lançadas em cd’s dão um panorama geral na carreira do cantor que nunca parou de fazer shows no Brasil e no exterior. Benito di Paula fez história na música e não admite ser desvinculado do samba
Acompanhe nesta edição do Música é Cultura os principais sucessos de Benito di Paula.
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produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi