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Cobrança de banco após “golpe do motoboy” é indevida

Foto: Arquivo

O cliente de banco que for enganado no chamado “golpe do motoboy” deve tentar suspender a cobrança da fatura do cartão roubado. O crime passou a ser praticado com frequência este ano e várias vítimas foram à Justiça para não arcar com o prejuízo.

A ação dos bandidos começa pela ligação telefônica de uma pessoa que se diz funcionária da instituição financeira. Ao informar o correntista sobre uma suposta fraude no cartão de crédito, o golpista pede para que ele ligue em outro número e confirme alguns dados.

Na ligação, o suposto bancário solicita que o cliente informe a senha para que seja feita uma confirmação e o orienta para que entregue o cartão a um motoboy para análise do departamento antifraude. É neste momento que o bando faz compras livremente.

No entendimento dos bancos, as vítimas têm culpa concorrente por supostamente terem facilitado a sequência de ações da quadrilha. Mas o advogado especialista em relações de consumo, Ismael de Paula Júnior, diz que o crime só acontece por falha das instituições.

Como exemplo, cita um caso vencido por ele, no qual o correntista alega que foi convencido pelos bandidos depois de ter sido informado sobre uma série de compras e operações financeiras que só poderiam ter sido acessadas pelo sistema do banco.

Segundo a vítima, antes de comunicar a falsa fraude, o golpista faz várias perguntas que torna a ligação confiável, principalmente envolvendo atividades recentes da fatura. Com isso, se aproveita do desespero e, de quebra, ainda torna a história convincente.

Para evitar ser enganado, a dica é para que os detalhes bancários nunca sejam fornecidos a terceiros. Caso isso ocorra, a recomendação é para que a polícia seja acionada e os gastos no cartão sejam contestados. Se a cobrança persistir, a vítima deve procurar a Justiça.

Registrado em vários locais do Brasil em 2018, o crime chamou a atenção das autoridades, que acreditam que a prática seja possível através do roubo do banco de dados de empresas. A colaboração de funcionários de bancos e companhias telefônicas também é investigada.

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