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Condição de acessibilidade na Glicério é criticada por pessoas com deficiência

Foto: Henrique Bueno

Com um custo de R$ 33 milhões e obras que duraram 15 meses, a Avenida Francisco Glicério, no Centro de Campinas, foi completamente revitalizada com tudo o que havia de mais moderno, segundo a prefeitura. A pavimentação da via foi refeita, os fios da rede elétrica enterrados e as calçadas ampliadas. A via seria ainda modelo na acessibilidade de pessoas com deficiência, com a implantação do piso tátil e rampas. Mas pouco mais de dois anos após a conclusão das obras, o que se vê é o descaso com pessoas com deficiência.

Deficientes físicos e visuais estiveram na avenida juntamente com vereadores que integram a Comissão dos Direitos Humanos e da Cidadania da Câmara de Campinas, a fim de identificar os principais problemas relacionados à acessibilidade. Eles apontaram vários obstáculos que colocam em risco a segurança desta parcela da população. O principal deles estava relacionado ao piso tátil, recortado em vários trechos e disputando espaço nas calçadas com tampas de ferro da Sanasa e de empresas de telefonia. Outro ponto destacado foi a ausência de semáforos com indicação sonora para deficientes visuais nos cruzamentos da avenida.

Paulo Camacho tem visão limitada e disse que são muitos os obstáculos na via, que consumiu um valor elevado para ser revitalizada. Dalva Maria Brasil também é deficiente visual e acredita que a administração pública pensou apenas na beleza da avenida, não dando a devida importância para as questões de acessibilidade. Cadeirante, Silas Franceschini Bueno afirmou que as tampas de metal colocadas pelas empresas de telefonia e Sanasa desnivelaram a calçada e prejudica quem depende de uma cadeira de rodas. O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, o vereador Carlão do PT, disse que a atividade realizada junto às pessoas com deficiência foi importante para que o legislativo tome conhecimento dos problemas e que possa cobrar as soluções junto a prefeitura.

Em nota, a prefeitura de Campinas informou que a revitalização da Avenida Francisco Glicério foi executada atendendo também às normas técnicas de acessibilidade disponíveis. A avenida possui piso tátil – são dois tipos deste piso, um pra direcionar e outro para alertar – e rampas de acessibilidade. Ainda assim, a administração continua estudando novas tecnologias que viabilizem maior segurança e funcionalidade para orientação de pessoas com deficiência. Em relação ao piso tátil, técnicos avaliam possibilidades para aperfeiçoar a colocação nos trechos onde já houve a instalação além de estudar a possibilidade de ampliar essa acessibilidade para outros locais. Sobre semáforos sonoros, a Emdec, neste momento, estuda novas tecnologias, mais eficazes na questão de segurança e funcionalidade, para a instalação em pontos estratégicos, onde há demanda do segmento.

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