Em agosto deste ano foram criados 2.520 postos de trabalho na Região Metropolitana de Campinas e 64% dessas vagas foram ocupadas por mulheres. Mas o salário pago a elas é 20% menor do que a média paga aos homens que exercem a mesma função e trabalham no mesmo período. Os dados são resultados de uma análise realizada pelo Observatório PUC-Campinas, com base nos dados do Caged. O salário médio pago a essas mulheres fica em R$ 1.542,99, valor que representa 80% dos vencimentos pagos aos homens. De acordo com a economista da Puc-Campinas, Eliane Navarro Rosandiski, diferente do serviço público, onde há equidade nos salários entre homens e mulheres, a diferenciação nos vencimentos entre os gêneros chega a ser comum nos outros segmentos.
Para as mulheres economicamente ativas, a diferenciação nos salários é uma realidade na região de Campinas. Maria Lídia Piovesan disse que a questão remete ao preconceito, já que o público feminino é tão capacitado quanto o masculino. Suzane Pereira disse que recebe menos do que os homens na loja onde trabalha. A economista Eliane Navarro Rosandiski afirma que o problema está enraizado nas relações de trabalho e que é preciso que o governo se posicione para garantir a igualdade de direitos.
O balanço geral do relatório, que inclui as vagas preenchidas por homens e mulheres, revela que a cidade de Campinas obteve o melhor desempenho da RMC com a criação de 874 novos postos, seguida por Vinhedo, com 406 e Indaiatuba, com 324. Pouco mais de 87% dos cargos foram ocupados por jovens entre 18 e 24 anos.
