A convocação do secretário de Governo, Michel Abrão Ferreira, foi aprovada pela Câmara de Campinas. Ele vai prestar esclarecimentos no plenário sobre a suspeita de desvios nos recursos da Saúde do município. Michel é sobrinho do prefeito Jonas Donizette e foi associado a um suposto esquema de propinas no depoimento de Daniel Câmara, um dos delatores da Operação Ouro Verde.
O requerimento recebeu 28 votos favoráveis e um contrário, do vereador Jota Silva, do PSB. Apesar da convocação de Michel ser nesta semana, ele só será ouvido pelos vereadores após o recesso parlamentar. O delator, Daniel Câmara, que cumpre prisão domiciliar desde homologação da delação pelo Judiciário, afirmou que Michel Ferreira teria contratado Maurício Rosa para um cargo de diretoria na Secretaria Municipal de Saúde para implantar um esquema de propinas que seriam pagas por laboratórios privados.
Uma gravação obtida pela CBN mostra o momento em que o promotor Daniel Zulian, Gaeco, interroga Câmara. No depoimento, Câmara disse que “Maurício Rosa foi colocado pelo Michel para resolver essas questões e ajeitar a secretaria de saúde que era deficitária”. Daniel Zulian pergunta: “Como assim, deficitário?”. E Câmara responde que “o laboratório do município não dava retorno nenhum para o prefeito, retorno para prefeitura” Zulian então pergunta: “Propina?”. E obtém resposta positiva de Câmara. “Propina”.
Em escutas telefônicas realizadas em maio de 2017, entre Daniel Câmara e a então presidente da Vitale, Aparecida de Fátima Bertocello, a “Tata”, Maurício Rosa é citado como responsável por intermediar um “plano B” para o Hospital Ouro Verde. Este “plano B” seria uma forma de a Vitale conseguir verbas públicas e solucionar problemas financeiros sem ter de apelar à justiça.
A administração Municipal informou que Maurício Rosa, que foi exonerado, foi contratado por critérios técnicos, sem indicação política, e nega que ele tenha implantado um esquema de propina à mando de Michel Ferreira.
