Com 25 votos contrários e apenas seis favoráveis, a Câmara de Campinas barrou um novo pedido de abertura de Comissão Processante para investigar o prefeito Jonas Donizette. Desta vez, os trabalhos focariam na denúncia apresentada pelo Ministério Público, sobre o desvio de R$ 2,8 milhões de reais da merenda que teria sido feito pelo chefe do executivo. Jonas já é alvo de uma Comissão Processante no legislativo, que investiga o desvio de verbas do hospital Ouro Verde.
A sessão foi tumultuada desde o início, com o plenário lotado, dividido entre favoráveis e contrários a aprovação do pedido. O pedido foi feito pelo vereador Tenente Santini, do PSD, e por causa disso, ele ficou impedido de votar, como prevê o regimento da Câmara. Ele então se licenciou momentaneamente do cargo, dando lugar ao seu suplente, Ângelo Diniz. Além de Diniz, votaram favoráveis a abertura da CP os vereadores Marcelo Silva, também do PSD, Pedro Tourinho e Carlão, ambos do PT, Mariana Conti do PSOL e Nelson Hosri, do Podemos. Tenente Santini disse que mais uma vez a base aliada ao governo Jonas protegeu o prefeito, impedindo que ele fosse investigado. O líder de governo na Câmara, Marcos Bernardelli, disse que a Comissão não foi aprovada porque os vereadores não tiveram acesso à denúncia.
O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, foi denunciado pelo Ministério Público Federal no último dia 26 por desvio de verbas destinadas à merenda escolar. Ele é acusado de dispensa indevida de licitação e desvio de verbas públicas em proveito de terceiros. O montante desviado chega a R$ 2,8 milhões. As irregularidades foram investigadas após a Operação Alba Branca, deflagrada em janeiro de 2016.