O vereador Marcelo Silva, do PSD, diz que não vai questionar a decisão da Comissão Processante de não ouvir o relato de Michel Abrão, secretário de governo e sobrinho do prefeito de Campinas, Jonas Donizette, do PSB. Autor da denúncia que culminou na abertura da apuração na Câmara sobre a possível omissão de Jonas no Caso Ouro Verde, Silva alega que o embate com a comissão poderia gerar problemas. Porém, explica o que motivou o pedido.
Segundo ele, a acusação seguiu o código de processo ao arrolar 10 testemunhas, mas decidiu incluir mais uma para tentar o que chama de “igualar os direitos”, já que a defesa do Chefe do Executivo listou 11 testemunhas para serem ouvidas. Michel Abrão Ferreira foi citado em delação premiada relacionada às investigações da Operação Ouro Verde, que apura desvios de até R$ 25 milhões do hospital municipal. O autor da delação que cita Abrão é Daniel Câmara.
Ele era diretor da ex-gestora do Ouro Verde e afirma que o sobrinho de Jonas teria contratado Mauricio Rosa para um cargo de diretoria na Pasta de Saúde para implantar um esquema de propinas pagas por laboratórios privados. Câmara atualmente cumpre prisão domiciliar. Questionado se o foco é garantir que o réu compareça à oitiva no Legislativo, Marcelo Silva justifica que a intenção é explicar a importância dos relatos aos advogados de todos os presos.
Silva reconhece que o trabalho de convencimento é árduo, já que o comparecimento na Câmara não é obrigatório e depende da Justiça. Por isso alega que pode solicitar uma segunda data para a coleta dos depoimentos. As 10 testemunhas da acusação serão ouvidas no dia 17, conforme a definição da Comissão Processante. Além de Daniel Câmara, duas estão em prisão domiciliar e outras duas estão presas. Entre elas, o ex-secretário Silvio Bernardin.
