A solenidade de anúncio sobre o funcionamento 24 horas da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas foi marcado por um protesto após o registro de mais um caso de feminicídio na cidade. O ato das mulheres aconteceu um dia após a morte de Nice Vieira, que teve o corpo queimado por um homem na loja em que trabalhava, na rua João Prata Vieira, no bairro Parque Vista Alegre.
O grupo de cerca de 30 mulheres se concentrou do lado de fora da unidade policial pouco antes da chegada da comitiva do secretário executivo da Polícia Civil do Estado, Youssef Abou Chain. A manifestação com faixas e cartazes se estendeu do lado de fora da DDM enquanto os discursos eram feitos na parte interna. A intenção era chamar a atenção para a alta de crimes contra a mulher.
A representante da União Brasileira de Mulheres em Campinas, Márcia Quintanilha, cita que 24 feminicídios foram registrados em 2018 na região e pede atendimento especializado e feito por mulheres.
Após o descerramento da placa sobre a mudança de horário, o secretário executivo da Polícia Civil de SP, Youssef Abou Chain, explicou que nove agentes foram realocados para a 2ª Delegacia da Mulher. Ele reconheceu que a corporação sofre com a falta geral de funcionários, diz que já articula mais concursos junto ao governador João Doria, do PSDB, e promete a 1ª DDM da cidade aberta 24h até o final de março.
Além disso, alega que o planejamento do estado é ter 40 delegacias da mulher abertas ininterruptamente até 2022. Porém, não sabe se alguma outra cidade da região de Campinas está incluída na lista.
A 2ª Delegacia de Defesa da Mulher passa a funcionar por 24h a partir desta semana. Além de Chain, participaram do anúncio outras autoridades, como o diretor do Deinter 2, José Henrique Ventura. Absolvido da acusação de omissão diante dos desvios de verbas da saúde na Câmara na última quarta-feira, o prefeito, Jonas Donizette, do PSB, esteve presente, mas saiu sem não conceder entrevista.
