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Jonas nega relação com Juninho na CP, mas TSE registra doação de R$ 2,5 mil em campanha de 2010

Juninho presta depoimento no MP (Foto: Reprodução MP)

Em depoimento prestado hoje à Comissão Processante que apura a participação ou omissão do prefeito Jonas Donizette (PSB) no caso de desvio de recursos do Hospital Ouro Verde, Jonas Donizette foi perguntado por duas vezes sobre qual seria o vínculo dele com João Carlos da Silva Júnior, o “Juninho”, que segundo o MP, atuava como lobista, sendo o intermediário entre a Administração Pública de Campinas, os fornecedores e os donos da Vitale Saúde.

Jonas disse, por duas vezes, ter pouca ou nenhuma relação com o lobista. Porém, levantamento realizado pela CBN com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral aponta que Juninho fez uma doação no valor de R$ 2,500 para a campanha de Jonas Donizette a deputado federal em 2010. O CPF de Juninho, constante nos autos da prisão dele em 2018, é o mesmo do autor da doação à campanha de Jonas em 2010, o que afasta a hipótese de a doação ter sido realizada por um homônimo.

CONFIRA A RELAÇÃO DE DOADORES DO ENTÃO CANDIDATO A DEPUTADO JONAS DONIZETTE

As negativas de Jonas sobre a relação com o lobista ocorreram após perguntas dos vereadores Luiz Henrique Cirillo (PSDB) e Marcelo Silva (PSD).

Jonas afirmou que teve contato com o pai de Juninho na época em que trabalhava em rádios de Campinas, mas que tinha pouco contato com Juninho. “Quando eu trabalhava na época do rádio conheci o pai dele, ele, muito pouco. Nesse período que eu sou prefeito ele nunca teve qualquer tipo de contato comigo”.

Posteriormente o autor da denúncia que embasou a CP, Marcelo Silva repetiu a pergunta, e a resposta foi que ele teria “zero” contato com Juninho. “O pai conheço, trabalhou comigo na rádio”. Marcelo Silva então pergunta: “Qual a relação do senhor com Juninho?” E o prefeito responde: “Zero”.

O lobista João Carlos da Silva Júnior (Juninho) foi preso em São Paulo durante a 3º fase da Operação Ouro Verde. De acordo com o Ministério Público, por conta da necessidade de “blindar” o máximo possível a atuação direta dos agentes públicos do alto escalão do Governo Municipal, Juninho era acionado quando o grupo por trás da VITALE precisava conversar com Silvio Bernardin, ex-Secretário de Assuntos Jurídicos da Prefeitura, sobre fatos de interesse do grupo criminoso e vice-versa, atuando como intermediário para que o Bernardin entrasse em contato com os reais proprietários da entidade, e inclusive, agendava reuniões entre eles na Prefeitura Municipal de Campinas.

  • Respostas

O advogado do prefeito Jonas Donizette, Marcelo Pellegrini, foi consultado, mas disse que em relação a este processo, falará, por ora, apenas após as sessões da Comissão Processante. Pelegrini disse não ter conhecimento das questões das campanhas eleitorais do prefeito, e que isso deveria ser questionado com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Campinas.

A assessoria da administração municipal foi procurada e informou que o prefeito Jonas Donizette reitera as afirmações feitas em depoimento prestado na Câmara Municipal de que não mantém contato com João Carlos da Silva Junior neste período em que administra Campinas. A nota diz que não existe incongruência entre a fala do prefeito e este episódio de quase 10 anos atrás.

O advogado de João Carlos da Silva, o Juninho, não foi localizado.

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