Ele já tinha se tornado uma excelente promessa como um jovem compositor ao ter as suas músicas gravadas por vários artistas . Porém existia um potencial para que a luz do palco o iluminasse como violonista e interprete. Era o desafio que faltava para consolidar a carreira de João Bosco com o lp Caça a Raposa.
Lançado em 1975 o segundo disco de João Bosco trouxe 12 faixas assinadas em conjunto com amigo Aldir Blanc. O discurso de Caça a Raposa estava em ressonância com um cenário de ebulição cultural que lançava um olhar de oposição ao Estado de exceção que o País vivia.
Essa parceira do mineiro João Bosco da pequena cidade de Ponte Nova com o carioca Aldir Blanc nasceu em 1972 através do lançamento de um compacto como suplemento do jornal o Pasquim que trazia de um lado a composição Agnus Sei e do outro Águas de Março de Tom Jobim, segundo o próprio João foram essas águas que promoveram o seu batismo fonográfico.
E dentro desse repertório de Caça a Raposa algumas canções conquistaram o patamar de clássico da MPB. O samba De frente pro Crime, letra de Aldir Blanc que exercitou toda a sua habilidade como cronista ao descrever uma narrativa que marcou época .
O Bolero Dois pra cá, dois pra lá já era conhecido na versão com Elis Regina , que sempre apostou no talento de jovens compositores, ela tinha gravado um ano antes em 1974 , e a mesma elegância foi mantida tendo o primoroso arranjo ao piano de Cesar Camargo Mariano.
Parte da obra de João Bosco também foi construída tendo Milton Nascimento, e toda a estrutura do movimento Clube da Esquina como referencia e em Caça a Raposa Toninho Horta tocando guitarra fez a sua contribuição em vários arranjos.
Futebol, amores complicados, violência e fome , essa temática fez surgir um panorama que trouxe alguns elementos bem particulares dentro da obra de João Bosco : excelente poesia, ritmo, destreza melódica e sucesso na mídia … tudo costurado com uma qualidade estética primorosa.
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Produção
Walmir Bortoletto
Edição
Paulo Girardi
