O ex-diretor do Departamento de Contas da Secretaria de Saúde de Campinas, Anésio Corat Júnior, negou ter recebido propina no esquema de desvios de dinheiro público do Hospital Ouro Verde. Ouvido por duas horas pelo juiz da 4ª Vara Criminal da cidade, Caio Ventosa Chaves, ele foi evasivo quando perguntado sobre a capacidade técnica da OS Vitale na gestão da unidade municipal.
Além dele, outro réu do Caso Ouro Verde, o ex-servidor de Campinas, Ramon Luciano da Silva, também esteve na Cidade Judiciária. Ele se negou a falar e ficou 10 minutos na sala de audiência. O promotor do Gaeco do Ministério Público, Daniel Zulian, avaliou como positivos os interrogatórios. Para ele, as estratégias das defesas mostram que as provas colhidas pela acusação são robustas.
Durante o depoimento, Anésio fez uma piada ao comentar a relação com Fernando Vitor Torres, que também é réu e é apontado pelos investigadores como lobista do esquema de corrupção. O ex-diretor do Departamento de Contas disse não ter sido convidado para andar na Ferrari de Torres e foi repreendido pelo juiz. Questionado sobre a fala, Zulian lamentou a postura do acusado.
Na saída, Anésio, Ramon e os dois advogados não quiseram falar com a imprensa. Soltos por um habeas corpus desde novembro de 2018, os réus foram presos na 2ª fase da Operação Ouro Verde. Anésio é acusado de ser o articulador do grupo criminoso dentro da Prefeitura.
Segundo o Gaeco, ele recebia mensalmente R$ 25 mil e promessas de obter até R$ 1,2 milhão até o final do contrato. Ramon ajudava Anésio no esquema. Os dois foram denunciados à Justiça por organização criminosa, corrupção e peculato. A estimativa do Gaeco do MP é que R$ 25 milhões tenham sido desviados.
