Estamos prestes a entrar no período de estiagem, o que sempre traz preocupação quanto ao abastecimento da região, uma vez que 95% da água utilizada em Campinas vem do Rio Atibaia, que, por isso, precisa estar com uma boa vazão, para que não seja necessário recorrer ao Sistema Cantareira.
A boa noticia é que o mês de Abril teve um índice de chuvas muito acima da média esperada para o período, ultrapassando os 120 mm, nas Bacias PCJ, quando a média é de 54 mm. O que compensou o mês de março, quando as chuvas firam abaixo do esperado.
A previsão do Consórcio PCJ é que o Sistema Cantareira feche maio operando com 60% da capacidade de armazenamento. Uma porcentagem que garante tranquilidade para o período da estiagem, mas que ainda não é o ideal na análise do coordenador técnico do Consórcio PCJ, José César Saad.
De acordo com Saad, um ponto positivo é que Região Metropolitana de São Paulo não está mais dependendo tanto do Sistema Cantareira, por causa da utilização de outros sistemas, como o São Lourenço e a interligação Jaguari-Atibainha.
De acordo com a Sabesp, a população também contribuiu, ao adotar um comportamento mais consciente, de consumo racional de água. Há quatro anos, na pior crise hídrica enfrentada pelo sistema, os reservatórios chegaram a operar com o volume morto.
Por isso, Saad recomenda que a população continue fazendo sua parte, sendo racional no consumo de água e energia, evitando desperdícios, como lavagem de calçadas com mangueira, banhos demorados e uso excessivo de aquecedores, por exemplo.
As chuvas em boa quantidade permitiram a redução da vazão dos reservatórios para as Bacias PCJ de 4,5 para 3 m3/s. A medida tem como objetivo segurar água nos reservatórios, contribuindo para o estoque na estiagem. Mas, caso ocorra uma seca extrema, como em 2014, fica mantida a garantia às Bacias PCJ de liberação de 10m3/s do Cantareira.