Com quase 14 mil casos de dengue confirmados e passando pela terceira maior epidemia da doença já registrada em Campinas, os agentes da secretaria de saúde que fazem trabalho de campo não conseguem entrar em 45% das residências visitadas. O dado é ainda mais alarmante porque as ações de combate ao criadouro do mosquito acontecem exatamente nas regiões da cidade com mais confirmações. Na maioria dos casos, a visita dos agentes não é realizada porque não há ninguém nas residências.
Mas ainda há casos em que os próprios moradores não permitem que os profissionais da secretaria da saúde entrem para a realização do trabalho preventivo. O que chama a atenção é que os agentes encontram mais dificuldades de acesso nas regiões mais nobres de Campinas, como Barão Geraldo, Taquaral e Sousas. Nas áreas periféricas, a população permite a entrada dos agentes com mais facilidade. Segundo a coordenadora do programa de Arboviroses da divisão de vigilância sanitária de Campinas, Heloísa Girardi Malavazzi, há uma preocupação muito grande em relação ao trabalho dos agentes, mesmo quando eles conseguem visitar os imóveis. Ela explica que algumas vezes a pessoa visitada não se conscientiza sobre a gravidade da dengue e não muda seus hábitos, permitindo que os criadouros se formem novamente dentro de casa.
Os agentes de saúde adotam ainda algumas estratégias para voltar aos imóveis fechados, como fazer uma nova visita em horário diferente ou aos sábados e deixar um informativo na residência pedindo ao morador para que agende uma data.
