A extensão do benefício do vale-refeição aos comissionados da Câmara de Campinas beneficiaria 228 servidores indicados por vereadores, incluindo os nove assessores do gabinete da presidência, que têm salários entre R$ 11,5 mil e R$ e 19,6 mil, vencimentos que são superiores aos dos próprios vereadores. Os nove integrantes da mesa diretora são:
– O ouvidor, Tadeu Marcos Ferreira, irmão do prefeito Jonas Donizette (PSB). Ele foi nomeado ao cargo em fevereiro de 2017 pelo ex-presidente da Câmara, Rafa Zimbaldi (PSB). Tadeu seguiu no cargo com Marcos Bernardelli (PSDB), e tem como salário base R$ 15,4 mil, mas em abril recebeu salário bruto de R$ 20,8 mil.
– Os Assessores de imprensa, Dario Carvalho e Roberto Cardinalli, que têm como salário de referência cerca de R$ 11,5 mil.
Dario era assessor do ex-presidente da Câmara, Rafa Zimbaldi (PSB), e seguiu no cargo após Bernardelli assumir o cargo de presidente da casa.
Cardinalli era assessor do vereador Luiz Rossini (PV), que se tornou líder de governo após a ascensão de Bernardelli à presidência da casa, o que ocorreu após consenso de parte da base governista. Com a mudança, o salário de Cardinalli passou de R$ 9,4 mil para R$ 11,5 mil.
– Os chefes de gabinete Nelson Vicente Coelho e Renato Boscolo Filho, que têm salário de referência de R$ 11,5 mil.
Nelson Vicente Coelho é tenente coronel reformado da Polícia Militar.
– A Chefe de gabinete da presidência, Thais Marcela Carretero, com salário bruto de R$ 15,4 mil.
– O Secretário Geral, Antônio Pedro Rodrigues; o Subsecretário de assuntos estratégicos, Leandro de Lima Oliveira; e o Subsecretário de assuntos institucionais, Gustavo Henrique Zucatto, os três com salário base no valor de R$ 19,6 mil.
Os dados citados são públicos, e estão disponíveis no portal da transparência no site da câmara, o www.campinas.sp.leg.br/transparencia .
A soma dos valores atuais dos salários de referência dos nove comissionados da mesa diretoria dá um total de R$ 1,6 milhão anuais, sem contar 13º salário e férias, e outros possíveis benefícios.
A proposta da mesa diretora prevê reajuste de 7,6% no vale-refeição e a extensão do benefício aos servidores comissionados. Todos os nove servidores indicados pela mesa diretora além de outros 218 servidores comissionados passarão a receber o vale-refeição caso a proposta seja aprovada em segunda discussão. Atualmente 182 servidores concursados recebem o benefício, no valor de R$ 1,3 mil.
A proposta foi aprovada em primeira discussão na última segunda-feira, com 20 votos favoráveis e sete contrários. Caso ela seja aprovada em segunda discussão, o benefício passaria a atender 410 servidores no total, incluindo comissionados e concursados, que passariam a receber o vale-refeição já reajustado, no valor de R$ 1,4 mil.
Questionada por nossa produção, a assessoria da Câmara informou que os vales refeição/alimentação foram negociados com o Sindicato dos Servidores em troca de um reajuste legal que deveria ser dado por conta do dissídio da categoria, segundo a Câmara.
Ainda segundo a Câmara, todos os servidores, comissionados e concursados, teriam direito ao dissídio e, portanto, terão direito ao vale-refeição/alimentação, independente de quanto recebam de salário.
Quanto à nomeação de Cardinalli ao cargo de assessor de imprensa da casa, a Câmara afirma que não houve consenso entre os parlamentares da casa para e a escolha do presidente, e que o cargo de assessor de imprensa era ocupado por outra profissional, e que com a saída dela, houve o convite por parte da mesa para o jornalista Roberto Cardinalli ocupar este cargo, visto que o mesmo tem um amplo currículo na área.
