Os últimos momentos antes da morte de um casal de Hortolândia no Chile e mais 4 pessoas da mesma família foram relatados em um áudio de pedido de socorro feito por Débora Muniz, de 38 anos, uma da vítimas. As mensagens de áudio de Débora, divulgadas por familiares, descrevem os sintomas da intoxicação. No primeiro áudio, que foi enviado a uma irmã, Débora chora ao relatar que o filho apresentava coloração roxa na pele e mal-estar, dizendo não saber o que fazer e pergunta se seria adequado colocá-lo em uma banheira com água quente para reanimá-lo.
Numa segunda gravação, ela descreve que os demais familiares também apresentavam os mesmos sintomas do filho, como fraqueza e vômito, relatando que ela própria começava a sentir as articulações paralisadas e ficando roxas, dizendo suspeitar de que eles teriam se contaminado por algum vírus e disse: “Acho que nós todos vamos morrer.” Débora estava em apartamento alugado em Santiago, capital do Chile, junto com o marido, Fabiano de Souza, de 41 anos, e dos filhos Karoliny Nascimento de Souza, de 14 anos, e Felipe Nascimento de Souza, de 13.
Ela é irmã de uma das vítimas de Hortolândia, Jonathas Nascimento Kruger, de 30 anos, que morreu ao lado da esposa, Adriane Kruger. Débora, o marido e os filhos moravam em Biguaçu, na grande Florianópolis. A polícia chilena recebeu as mensagens momentos antes de o consulado brasileiro entrar no imóvel, a pedido de parentes das vítimas.
A viagem da Família, que vinha sendo planejada há um ano, fazia parte das comemorações dos 15 anos de Karoliny. A família foi à Santiago no domingo, dia 19. Os sintomas da possível intoxicação por monóxido de carbono, relatados nos áudios, ocorreram na noite de quarta-feira. O apartamento onde eles estavam, construído em 1965, foi alugado pela plataforma Airbnb, e possui três fontes de gás para aquecimento, o que levantou a hipótese de que o problema tenha ocorrido nesses equipamentos.
Os Bombeiros confirmaram terem sentido um forte cheiro de gás, ao chegarem ao local. Os Familiares não sabem se as vítimas chegaram a chamar socorro local, apesar de constar nos áudios uma fala em que a vítima relata demora da ambulância. A plataforma Airbnb vai arcar com os custos do translado dos corpos.
