A perícia chilena investiga o que causou o vazamento de gás que matou seis brasileiros em um apartamento de Santiago, no Chile. O incidente aconteceu na tarde desta quarta-feira, e duas das vítimas moravam em Hortolândia.
De acordo com um dos responsáveis pela investigação, a análise está focada na calefação, na cozinha e no fogão do imóvel.
Já foi colhido depoimento do dono do apartamento, que foi locado pelas vítimas através do Airbnb, um aplicativo de hospedagens. Também foram ouvidos vizinhos do prédio.
Em nota, a plataforma Airbnb manifestou pesar e disse que está em contato com os familiares das vítimas para prestar todo o apoio necessário.
“Estamos profundamente consternados com este trágico incidente. Nós nos solidarizamos com os familiares e estamos em contato para prestar todo apoio necessário aos familiares neste momento difícil. A segurança de nossa comunidade de viajantes e anfitriões é a nossa total prioridade.”
Segundo a polícia, os corpos foram encontrados às 17h desta quarta-feira, no horário do Chile. No Brasil, eram 18h. Sem sucesso, familiares que tentavam contatar as vítimas acionaram o Consulado do Brasil em Santiago através de um delegado brasileiro, que emitiu um alerta.
Guia turístico foi ao imóvel
O guia turístico Marcelo Vilalobos conta que foi acionado por uma companhia de viagens brasileira, pedindo ajuda para localizar a família. Ele diz que recebeu uma mensagem, dizendo que cinco pessoas de uma mesma família teriam entrado em contato com a companhia dizendo que tinham ficado doentes, e a agência então pedia ajuda a Vilalobos.
O catarinense Jonathas Nascimento Kruger, de 30 anos, viajava com a irmã, Débora Muniz Nascimento, de 38 anos, o marido dela, Fabiano de Souza, de 41 anos, e os filhos do casal, Caroline Nascimento de Souza, que completaria 15 anos nesta semana, e Felipe Nascimento de Souza, de 13 anos. Com eles, também estava a esposa de Jonathas, a goiana Adriane Krueger.
Vítimas da região
Jonathas e Adriane moravam em Hortolândia. Já o restante da família morava em Biguaçu, na Grande Florianópolis. Eles estavam no Chile para comemorar o aniversário da filha mais velha.
A empresa onde Jonathas trabalhava publicou uma nota de pesar nas redes sociais:
“O Instituto Adventista de Tecnologia (IATec) lamenta profundamente o falecimento do funcionário Jonathas Krüger Muniz. Ele era chefe do Departamento Pessoal e trabalhava na entidade há 3 anos e meio. O IATec acompanha as informações e desdobramentos do assunto por meio das autoridades do Chile. Isso porque o falecimento dele, de sua esposa e demais familiares, ocorreu na cidade de Santiago, capital daquele país. O colaborador estava em período de férias. Outros detalhes devem ser buscados junto às autoridades envolvidas diretamente no caso, seja no Brasil ou no Chile. A entidade, em respeito à
família, não está autorizada a dar outras informações a respeito do assunto.O IATec está oferecendo todo apoio aos familiares neste momento difícil e de profundo pesar. Como uma instituição cristã, confiamos em Deus e acreditamos na esperança da ressurreição e na breve volta de Jesus Cristo.
Ainda não há informações sobre data e local do velório e sepultamento.”
De acordo com o comandante Velásquez, do Corpo de Bombeiros de Santiago, a corporação foi acionada e ao chegar ao local já encontrou as vítimas mortas. A concentração no ambiente é de monóxido de carbono, mas não foram descartados outros componentes.
De acordo com a prima das vítimas, Noemi Fortunato Nascimento, ainda não há informações sobre o traslado dos corpos.
Mãe de vítimas morreu ontem em Florianópolis
Um fato que chama a atenção é que a mãe de Jonathas e Débora faleceu nesta quarta-feira. Por esse motivo, familiares tentavam contato com os parentes que estavam em viagem no Chile. Sem sucesso, acionaram o delegado, que emitiu alerta para o Consulado do Brasil em Santiago. E então foram encontrados os corpos dos brasileiros no apartamento. A mãe das duas vítimas foi velada nesta manhã, em Florianópolis.
