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Representantes da Prefeitura prestam esclarecimentos à Comissão de Saúde da Câmara

Carmino de Souza, Marcos Pimenta, Pedro Tourinho e Paulo Haddad (Foto: Guilherme Pierangeli)

A Comissão Permanente de Política Social e Saúde da Câmara Municipal de Campinas se reuniu na manhã de sexta-feira, 24, para discutir, mais uma vez, a crise na saúde da cidade. O secretário de Saúde de Campinas, Carmino de Souza, e o presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta, compareceram ao plenário da câmara para responder aos questionamentos dos presentes, ao contrário da última reunião da comissão, realizada em 9 de maio, quando ambos não compareceram.

Na ocasião, a reunião foi agendada pelo vereador Pedro Tourinho (PT), presidente da Comissão, para tratar de assuntos como o fechamento do PS Pediátrico do Hospital da PUC Campinas, e a morte de um bebê de seis meses por falta de leito na UTI Pediátrica do Mário Gatti. Na reunião desta sexta-feira os assuntos voltaram a ser abordados.

O secretário municipal de Saúde, Carmino de Souza, detalhou o ocorrido na ocasião do fechamento do PS pediátrico do Hospital da PUC Campinas no início do mês. “Nesse dia 50% das crianças que estavam no hospital da PUC eram de outros municípios, inclusive duas crianças de São Paulo, que a Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) traz, e você vai acolher, vai cuidar dela. O que estamos pedindo ao Governo do Estado é que a gente cuide somente da Região Metropolitana de Campinas, e não tenhamos de colocar leitos a disposição de outras regiões, pois se não nós não teremos condições de aguentar essa demanda muito grande”.

No mesmo final de semana em que o Hospital da PUC estava com restrições no atendimento de novos pacientes no PS Pediátrico, um bebê de seis meses faleceu no Hospital Mário Gatti aguardando a abertura de um leito de UTI.

O Presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta, relatou que o bebê deu entrada no hospital em 1 de maio com estado de saúde que não seria de grande gravidade. No dia 2 houve melhora, e a criança seria direcionada para internação em um leito simples. Porém, na tarde do dia 3, a criança piorou. “E quando ela teve esse piora nós buscamos leitos de UTI pediátricas, nós não tínhamos leitos de UTI pediátrica nem de semi (intensiva) nos dois hospitais (Mário Gatti e Ouro Verde), estavam sobrecarregados.”

Ele afirma que, em seguida, buscaram uma vaga em UTI para a criança em outros hospitais. “De imediato inserimos a criança na central de regulação do município e a do estado, isso no dia 3, não conseguimos, leito, então resolvemos acolher dentro do que era tecnicamente possível, e montamos na sala de emergência todos equipamentos que constam em uma UTI pediátrica para poder atender essa criança, isso no dia 3 a tarde, no dia 4 o dia todo, mas infelizmente no dia 5 ela veio à óbito”.

Pimenta relatou que quando um paciente morre no hospital, o caso é apurado pela Comissão de investigação de óbito, e a conclusão inicial neste caso é que o possível foi feito, pois mesmo sem estar propriamente uma UTI, o bebê estava sendo assistido com insumos, equipamento e pessoal iguais aos de uma UTI pediátrica.

O Secretário de Saúde, Carmino de Souza, fez questão de ressaltar que apesar das várias críticas à pasta, não há sequer um registro de omissão de atendimento. “Vocês não têm uma matéria por omissão. Eu sempre digo que o pior erro na saúde é o de omissão, é de não atender. Hoje quem está apanhando é quem atende. Não houve nenhuma omissão”.

Após os esclarecimentos de Carmino e Pimenta, a Médica Pediatra e Conselheira da Rede Mário Gatti, Ana Elisa Scotoni, fez uma apresentação detalhando os problemas na rede municipal de saúde nos últimos anos, especialmente nas épocas em que há maior incidência de doenças respiratórias em crianças.

Um dos pontos levantados pela pediatra contraria o que foi dito anteriormente pelo Secretário de Saúde, de que haveria um vírus respiratório novo acometendo as crianças em Campinas neste ano, o que teria gerado o aumento nos atendimentos pediátricos na rede municipal. “Se a gente sabe todos os anos que essa situação vai acontecer, e ela não é diferente, eu liguei no Devisa, liguei em São Paulo para saber se há um vírus novo, ou que tenha uma gravidade maior, até agora não tem registro nenhum disso. Vamos acompanhar, pois todo ano são estudados esses vírus”. A médica propôs ainda uma campanha de conscientização quanto às doenças respiratórias em crianças, sugestão que foi aceita pelo secretário de Saúde.

Outros assuntos abordados na reunião foram as mudanças no atendimento da Rede Mário Gatti, o corte de verbas federais para partos de alto risco, e a necessidade de abertura de concursos públicos na saúde municipal.

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