Um totem de publicidade instalado na calçada da Avenida Washington Luiz, em Campinas, se tornou um obstáculo para os deficientes visuais que entram e saem todos os dias do Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores.
Jaqueline Silva dos Santos trabalha na entidade e conta já ter esbarrado na placa, que fica perto do semáforo sonoro, exatamente no caminho de muitos pedestres. Segundo ela, ninguém do local foi informado ou consultado.
A falta do piso tátil, inclusive, é outra reclamação. O trajeto que serve para guiar os deficientes visuais só foi colocado entre o portão do instituto e o abrigo do ponto de ônibus, mas não para quem precisa usar a faixa de pedestres.
A Emdec foi procurada e enviou posicionamento através da assessoria de imprensa. No texto, diz que o mobiliário urbano de publicidade integra o pacote de licitação dos abrigos de ônibus e que a implantação segue as normas ABNT.
Além disso, afirma que o projeto de instalação respeita critérios e parâmetros técnicos de acessibilidade. Entre elas, largura mínima de circulação de 1,20 m, já que o local possui espaço para pedestres em 2,42 m, muito acima da norma.
Sobre o piso podotátil, alega que a exigência é feita para obstáculos suspensos a mais 60 centímetros do solo e com variação de largura, o que não é o caso. Porém, prometeu realizar uma vistoria técnica no acesso ao semáforo sonoro.
A empresa finaliza a nota dizendo que o contrato de concessão dos abrigos de ônibus do município abrange a implantação de “894 abrigos de ônibus num raio de 5 km da região central, e, também, dos principais corredores estruturantes”.