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Reuso pode economizar na construção de até 23 mil casas

Pesquisadores da PUC Campinas desenvolveram um método de reutilização de asfalto retirado de rodovias durante o processo de recape que pode gerar uma economia de matéria prima o suficiente para construção de 23 mil casas por ano, além de ter potencial para gerar lucro de US$ 97 milhões por ano com a venda do CO² na chamada renda verde.

Quando há o recape de uma rodovia, há primeiramente a remoção das raspas do asfalto durante a fresagem. O projeto foca no uso dessas raspas para outras finalidades, como explica o professor responsável pelo projeto, Adilson Ruiz. “A ideia é fazer uso deste material, incorporá-lo dentro do concreto, e nesse caso utilizar na construção de barreiras rígidas (de concreto) e também em sistemas de drenagem, canaletas, valetas, para tentar baratear um pouco o custo e reduzir a emissão de CO2”.

Segundo cálculos do professor feitos com base em dados oficiais sobre a malha viária nacional, a tecnologia pode reduzir a emissão de CO2 em cerca de 270 mil toneladas. Esse CO2 que deixa de ser lançado na atmosfera pode ser comercializado por meio da “renda verde”, em que países ou empresas poluidoras compram créditos relacionados a programas de redução de poluição. O método também pode gerar economia de matéria prima suficiente para construção de 23 mil casas populares por ano.

O material seria misturado a outros componentes utilizados na composição do concreto. “Seria uma substituição de parte da areia e parte da pedra britada pelo frisado asfáltico que é esse resíduo que sai do processo de restauração, então seria uma substituição direta desses materiais, uma substituição parcial deste componente”.

Atualmente, o material removido das rodovias não é desperdiçado. Ele é utilizado principalmente por prefeituras para serviços como o de tapar buracos, segundo o professor. Mas ele acredita que o material poderia ser melhor utilizado. “Em alguns casos há a má aplicação e mal uso deste produto, pois este produto precisa ser protegido, você não pode espalhar esse material e deixar lá de qualquer forma. E o foco de nosso trabalho é trazer mais uma aplicação direta desse produto”, explica.

O estudo já está em processo de registro de direitos e foi a primeira patente depositada pela PUC-Campinas no INPI. Segundo a universidade, já há o interesse de pelo menos uma concessionária de rodovias em conhecer a técnica e avaliar sua viabilidade.

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