A chamada bancada independente da Câmara de Campinas acusa os vereadores da base de apoio ao governo Jonas Donizette de votarem projetos priorizando interesses políticos em detrimento da necessidade da população. Isso porque todo projeto de lei apresentado por parlamentares independentes ou de oposição são sumariamente rejeitados nas votações no plenário da Casa. Somente na última sessão, nenhuma proposta dos independentes passou pelo crivo da base.
Na ocasião, foi rejeitado o substitutivo que pretendia alterar a obrigação da fixação de placas externas em veículos de transporte por aplicativo, de autoria do vereador Tenente Santini, do PSD. A medida é uma reivindicação antiga da categoria, que alega insegurança em circular com veículos com identificação externa. Outro substitutivo, de autoria de Nelson Hosri, do Podemos, que propunha a instituição de uma política de prevenção à corrupção em Campinas também foi barrada. A Câmara também rejeitou o projeto de revogação da lei que obriga os bancos a terem bloqueadores de sinais de celulares dentro dos estabelecimentos. A proposta era conjunta, de cinco vereadores, entre eles, Santini.
A bancada independente entende que a reprovação de projetos de lei é a forma encontrada pela base de apoio ao governo municipal de retaliar sua atuação no plenário. O vereador Tenente Santini disse que já apresentou mais de 40 projetos na Câmara e todos foram rejeitados. Ele acredita que a base recebe ordens do governo sobre como votar, em troca de cargos e nomeações de indicados dos vereadores nos órgãos do executivo. Para Nelson Hosri, do Podemos, a base da Câmara de Campinas atua como uma extensão da prefeitura, o que configura a perda de sua independência.
Líder de governo na Câmara, o vereador Luiz Carlos Rossini, do PV, rechaçou as acusações dos colegas parlamentares e disse que os projetos são rejeitados levando em consideração apenas seu mérito. Ele garante que não há nenhuma orientação do governo municipal e que os componentes da base são livres para votar do modo que julgar correto. O presidente da Câmara de Campinas, Marcos Bernardelli, do PSDB, informou por nota que não tem conhecimento de qualquer orientação supostamente dada pela prefeitura aos parlamentares para votar de uma forma ou de outra. É de entendimento do presidente da Câmara que legislativo e executivo são órgãos independentes e cada vereador da Casa é livre para votar de acordo com suas próprias convicções
