Um dos réus do Caso Ouro Verde, Fernando Vitor Torres depôs na Assembleia Legislativa de São Paulo em mais uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a atuação das organizações sociais de saúde no estado.
Apontado como lobista do esquema de desvios de ao menos R$ 4,5 milhões da saúde pública de Campinas, ele chegou à sessão algemado e com os trajes do sistema prisional. Em cerca de uma hora, foi evasivo na maioria das respostas.
Em alguns momentos, Torres deixou de responder as perguntas dos parlamentares. Em outras ocasiões, quando preferiu falar, não trouxe novidades em relação às alegações feitas aos promotores do Gaeco do Ministério Público.
Contrariado por ter sido convocado, o acusado teve as algemas retiradas para que pudesse segurar o microfone, negou ter comandado a OS Vitale, ex-gestora do Hospital Ouro Verde, e disse ter sido responsável somente pela parte médica.
Ainda sobre a relação com a OS, afirmou que rompeu o vínculo que tinha com a entidade em comum acordo e que tomou essa decisão porque teria percebido que “os gestores do município não queriam resolver os problemas do hospital”.
Por fim, justificou que entrou na Vitale através de Ronaldo Foloni, outro réu da investigação, e que atuava pela CLT, como diretor técnico do Ouro Verde, e ainda como pessoa jurídica, elaborando planos de trabalho para novos projetos.
Quando questionado sobre os próprios bens, alegou que enviaria uma cópia do Imposto de Renda aos membros da CPI para comprovar que o patrimônio, que inclui um veículo Ferrari, tem origem regular e não tem relação com a fraude.
Fernando Vitor Torres foi preso na primeira fase da Operação Ouro Verde, realizada no dia 30 de novembro do ano passado. Entre os indícios do MP contra ele, estão conversas telefônicas gravadas com autorização da Justiça.
